PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO
A escola deve ser uma instituição cuja finalidade seja a de dar ao aluno a formação global, visando ao desenvolvimento harmonioso de sua personalidade, adotando técnicas modernas de aprendizagem, integrando-o ao meio, objetivando seu crescimento e dando-lhe oportunidade de tornar-se um ser humano basicamente feliz.
Por isso, as nossas instituições buscarão ministrar seu ensino com base nos princípios estabelecidos no Título II, art. 2º e 3º da Lei 9.394/96 e Capítulo III, sessão I, Art. 206, da Constituição Federal, República Federativa do Brasil, de 1988.
Essa filosofia de Educação é resultante de uma ação educativa a nível nacional e contempla:
“A Educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade em ideais de solidariedade humana e tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”
E ainda:
“O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – Igualdade e condições para o acesso e permanência na escola;
II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III – Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV – Respeito à liberdade e apreço a tolerância;
V – Coexistência de instituições privadas de ensino;
VI – Gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – Valorização do profissional da educação escola;
VIII – Gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX – Garantia de padrão de qualidade;
X – Valorização da experiência extra-escolar;
XI – Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais”.
A idéia-chave do trabalho de nossas instituições respalda-se na relação que se pretende estabelecer com os profesores, alunos e os conteúdos de aprendizagem através de atividades planejadas cuidadosamente. Essas deverão ser significativas, voltadas para os alunos e os professores deverão ter um propósito ensinar e pensar e preparar os alunos para um futuro de resolução de problemas, de tomada de consciência, de decisões e de aprendizagem.
Apresentamos ainda alguns eixos fundamentais da proposta de nosso trabalho pedagógico:
• Desenvolver a criatividade;
• Possibilitar a resolução de problemas;
• Construção de competências;
• Relacionar o conhecimento adquirido ao cotidiano dentro de um
contexto e em sua globalidade;
• Fazer com que os conteúdos deixem de ser um fim em si mesmos e passam a ser meios para ampliar a formação dos alunos e sua interação com a realidade de forma crítica e dinâmica.
Concluímos que o ensino deve ser uma tarefa onde a reflexão deve ser a razão da escolha da rota definida, corrigindo-se rumos a cada passo dado. Os mecanismos didáticos e os recursos pedagógicos ajudam, PORÉM, sozinhos, não são o núcleo de um ensino autêntico.
ATO SITUACIONAL
Pelo fato da educação vincular-se a uma visão de sociedade, de mulher e homem, de cultura e de conhecimento, temos, no coletivo, as seguintes visões sobre a nossa realidade.
A sociedade atual não é organizada de forma justa, devido às próprias condições econômicas a que são submetidas o ser humano, às nuances do mundo do trabalho, às diversidades culturais, dentre outros aspectos.
Pelo fato da existência do modelo capitalista, no qual estamos inseridos, as condições acabam gerando a má distribuição de renda e conseqüentemente, as diferenças exorbitantes de classe. Todos, enquanto agentes sociais teriam o papel de amenizar as situações de injustiças as quais nos deparamos, mas nem sempre isso acontece. Poderíamos chegar a uma sociedade onde se tivesse a oportunidade de cumprir os direitos e deveres de cada cidadão. Para isso, deveriam ser mantidos os seguintes aspectos:
- O respeito ao ser humano;
- A ética profissional e moral;
- Os bons costumes;
- O direito de sonhar com um futuro melhor;
- O patriotismo;
- A credibilidade nas ações humanas, principalmente em relação à classe política.
Porém, entendemos também que deveriam ser alterados, de acordo com a nossa visão os seguintes aspectos:
1) O Código Penal;
2) A inversão de valores, onde o errado parece ser o certo, incutidos pelos meios de comunicação;
3) A injustiça e a corrupção;
4) A política assistencialista, que acabam deseducando a população.
Percebemos então que tal como está organizada, a sociedade exige novas posturas do ser humano. Assim, as desigualdades sociais, as dificuldades de acesso a bens necessários à sobrevivência humana, os conflitos, a intolerância, a individualidade e a prevalência do ter sobre o ser, constituem-se como uns dos grandes agravantes da vida humana no mundo contemporâneo.
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
Nossos alunos são de vários bairros da cidade. Temos alunos da Vila Residencial de Furnas, Vila Paiva, Jardim Esplanada I e II, Jardim Honorato Ribeiro, Jardim Orlando Peres ,Vila Olímpica, Buritis, Aldeia do Valle I e Aldeia do Valle II. Contamos ainda, com alunos do centro urbano e rural de Planura.
A clientela é da classe média-baixa, predominando famílias onde pais e mães trabalham fora. Na sua maioria são alunos que necessitam de uma assistência ampla, pois pertencem a lares onde há apenas uma figura, não tendo as figuras maternas e paternas como ponto de referência, como exemplo para seguirem. São crianças que vivem em um ambiente familiar de grandes dificuldades financeiras, de desvalorização humana, de carência efetiva e de falta de limites.
Boa parte dos alunos atendidos em nossas escolas dependem do transporte escolar e a faixa etária dos alunos atendidos pelas nossas instituições variam de 0 a 6 na Creche, 4 e 5 na Educação Infantil, de 6 a 9 na Luiz Silva e 8 a 14 no João Alves. No curso EJA na João Alves temos alunos fora da faixa etária cursando o ensino fundamental.
ESCOLA
A escola surgiu da necessidade de transmitir os conhecimentos acumulados pela Humanidade, onde no decorrer do tempo, foi assumindo um papel mais amplo, estendendo-se à educação de valores e até ao “assistencialismo”.
Os saberes repassados pela escola, muitas vezes, atendem às políticas públicas, uma ideologia de governo e na atualidade, têm-se a concepção de que a instituição escolar deve informar e formar o aluno, o que acaba interferindo na qualidade de ensino, devido às suas múltiplas responsabilidades.
Diante da real situação, vemos que não existe escola para todos, pois não consegue atender às diferenças, trabalhando somente com a igualdade.
Assim, desigualdade é ignorada, o que acaba gerando a exclusão. Nas questões emergentes da sociedade, muitas vezes a escola responde ora de forma alheia, se omitindo e às vezes, de forma alienada, não assumindo posições, o que acaba dando vasão para a não-solução dos problemas.
Para que melhor possa atender a formação dos alunos, a escola deve assumir a função de formar o cidadão completo: afetivo, emocional, social e cognitivo. Se for levado em conta somente o conhecimento pelo conhecimento, não estará sendo dada a devida importância às necessidades contemporâneas.
Assim, entendemos que o grande desafio da escola para o próximo milênio é o de acolher, oferecer e proporcionar todo tipo de condição para que quem nela entre, sinta prazer e possa nela permanecer.
ALUNO
A nossa realidade em relação ao aluno consiste nos seguintes aspectos:
1. A maioria vem de família desestruturada, em que os pais são separados, convivendo apenas com avós, tios ou responsáveis;
2. Boa parte das famílias dos nossos alunos são constituídas de pessoas humildes, de poucos conhecimentos e que possuem bastante dificuldades financeiras;
3. Os nossos alunos, principalmente adolescentes e jovens, não possuem perspectiva de vida;
4. Não tem acesso ao saber universalizado, convivendo com estruturas mínimas de acesso ao conhecimento fora da escola;
5. A maior parte pertence à classe média-baixa, oriundos em boa parte, da zona rural.
6. Não têm acesso ao lazer;
7. Têm problemas de saúdes freqüentes, muitas vezes, ocasionadas pela má-alimentação, falta de higiene más condições de moradia;
8. Não possuem acompanhamento familiar constante nas tarefas escolares.
9. Assim, entendemos que visto à nossa realidade, reafirma-se a necessidade de uma postura de conhecer, acolher, entender e empreender ações para que a o aluno real, o que temos, possa se tornar o aluno ideal, o qual queremos.